Duas alunas e uma professora do curso de Licenciatura em Ciências Exatas da UFPR em Palotina transformaram uma atividade didática em um material original que ensina à s crianças sobre os satélites. As acadêmicas Ana Maria Batista e PatrÃcia Gallo de Oliveira e a professora Roberta Chiesa Bartelmebs apresentam as fases da lua com atividades lúdicas para crianças a partir dos sete anos de idade. Â
O livro foi registrado na Biblioteca Nacional, com ficha catalográfica elaborada no setor e está sendo comercializado apenas para cobrir os custos da produção. De acordo com a professora, a disciplina que resultou no processo de produção do material paradidático tem com principal objetivo discutir a Educação em Astronomia na formação de futuros professores das áreas de Ciências Exatas e da Biologia. Ela explica que houve um remodelamento para o perÃodo especial, com a proposta de se criar um instrumento para ensinar conceitos, podendo ser um jogo, um livro, um vÃdeo ou uma vÃdeo-aula.Â
“Para a Educação em Astronomia, atividades neste sentido são extremamente ricas. Isso porque além de se tratar de um material com conceitos cientÃficos bem estruturados, também apresenta um potencial didático e pedagógico para uso pelos professores em suas aulas de Ciências“, reforça Roberta. A professora argumenta que existe uma baixa oferta de materiais didáticos que sejam voltados à  Astronomia no Ensino Fundamental, especialmente nos anos iniciais. “Por isso sempre incentivamos nesta disciplina que os alunos e alunas criem materiais didáticos que possam ser utilizados pelas professoras e pelos professores em sala de aula“.Â
 A atividade que resultou no livro não beneficia somente as crianças, mas também as futuras professoras e autoras da obra, já que, de acordo com Roberta, produzir um livro didático ou paradidático é um desafio e ela sequer pensou que alguém da turma pudesse aderir à  idéia. Um dos trabalhos mais complexos foi justamente aprofundar os conceitos que as acadêmicas desejavam abordar e transformá-los em uma linguagem acessÃvel para as crianças. Â
 Os recursos interativos planejados, por exemplo, podem servir de base para a professora ou o professor utilizar em sala de aula. “Elas puderam colocar em prática vários conceitos aprendidos ao longo da Licenciatura em Ciências Exatas“, comenta. O conhecimento de Didática das Ciências e das Práticas Pedagógicas também teve de ser exercitado para pensarem no formato ideal da obra, nas ilustrações, no tamanho do texto e no nÃvel de dificuldade das atividades.Â
Ciência complexaÂ
Roberta tem uma pesquisa na UFPR sobre o Ensino de Astronomia Básica para o Ensino Fundamental, tocado há seis anos, intitulado Educação em Astronomia nas escolas e o Ensino de Ciências. Segundo ela, de um modo geral, há grandes desafios a serem vencidos nesse campo, inclusive na formação do professor. “Em geral, o docente dos anos iniciais ou o professor de Ciências do Ensino Fundamental (pedagogos ou biólogos em geral) não possuem formação para trabalhar com conceitos de Astronomia nas suas aulas“, conta.Â
Outra complexidade que se soma à difÃcil missão de ensinar astronomia na infância é a dificuldade da disciplina. “A Astronomia é bastante complexa e exige que seus conteúdos sejam abordados com diferentes nÃveis de complexidade dependendo do grupo a que se destina“, aponta. De acordo com a professora, a pandemia tornou tudo ainda mais difÃcil, já que parte do Ensino de Astronomia depende também do contato com o céu. “Tivemos que nos adaptar e criar estratégias que contemplem isso de forma virtual. Para isso contamos com o apoio de outras instituições que possuem planetários e que agora, por conta do isolamento social, desenvolvem suas atividades de modo virtual, bem como fizemos uso de softwares gratuitos tais como  Stellarium“.